
Edificações do Século XVIII apresentavam problemas estruturais e precisaram de ações emergenciais
A ocupação do Noroeste mineiro, a partir do Século XVIII, teve em Paracatu um dos seus principais pontos de referência. A descoberta de minas de ouro e prata, em 1744, acelerou a presença da Coroa portuguesa, com a construção de moradias, espaços de comércio – e de igrejas, que marcavam a fé das comunidades que já viviam na região. São os casos da Igreja Matriz de Santo Antônio, que começou a ser construída na década de 1730, e da Igreja da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário, erguida a partir de 1744.
Separados por menos de 400 metros, no Centro Histórico da cidade, os dois bens contaram com iniciativas de restauro e conservação contempladas via Semente e receberam, na última semana de outubro, uma visita técnica da Plataforma. Junto do Joaquim Artes e Ofícios, proponente dos projetos, integrantes da Equipe Multidisciplinar do Semente acompanharam o andamento dos trabalhos em ambas as igrejas, que se encontram em etapas iniciais.
A primeira parada foi no "Projeto de Restauro e Conservação da Igreja de Santo Antônio". O prédio lidou recentemente com o colapso de parte estrutural da cobertura, o que motivou uma intervenção emergencial para sanar o problema. Encarregado das obras da Empresa Matutos, executora desses trabalhos, o engenheiro Diogo Fonseca deu mais detalhes:
"O telhado corria o risco de cair. Trocamos peças, telhas quebradas e faltantes, e instalamos chapas para ajudar a estrutura. O material de madeira sofria com cupins e apresentava problemas com umidade. Com o serviço, o telhado foi estabilizado e está seguro", disse Fonseca.
Agora, o trabalho segue com a elaboração dos projetos de restauro por parte do proponente. Este material será apresentado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e ao Conselho de Patrimônio de Paracatu para análise e aprovação, já que os dois bens são tombados nas esferas federal e municipal.
Depois, a equipe acompanhou o "Projeto de Restauro e Conservação da Igreja Nossa Senhora do Rosário". A primeira fase contemplou uma análise detalhada da situação do templo para elaborar uma proposta de restauro que forneça a base para futuras intervenções. Diogo Fonseca explicou que também foi necessário o escoramento emergencial do telhado:
"Havia peças que apresentavam sinais de apodrecimento, e algumas delas chegaram a cair. Fizemos o escoramento com uma estrutura mista para um melhor assentamento da parte colapsada", disse o representante da Matutos.
As intervenções emergenciais ofereceram segurança necessária para que as duas igrejas sigam de pé, contando nas suas paredes os mais de 300 anos de história de Paracatu.
O Semente conecta o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) à sociedade, em parceria com o CeMAIS, viabilizando iniciativas transformadoras que beneficiam as pessoas e o meio ambiente. Ele é uma alternativa segura, democrática e transparente para que os Promotores de Justiça possam destinar recursos advindos de medidas compensatórias a projetos de relevante interesse socioambiental e que proporcionem resultados para toda a sociedade.
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Igreja de Nossa Senhora do Rosário (à esquerda) e Matriz de Santo Antônio (direita), em Paracatu. Fotos: Amanda Bastos/Semente
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