“ReciclaBelô! Reciclagem Popular no Carnaval de Rua de BH”, proposta contemplada no mês passado via Plataforma Semente, reduziu o lixo da cidade, gerou renda e ofereceu alguma visibilidade a catadores em situação vulnerável
Com quase 5 milhões de pessoas nas ruas, o Carnaval de Belo Horizonte é um sucesso. E pode-se dizer que a edição 2024 da folia é também histórica, com 30 toneladas de materiais recicláveis coletados em três centros de referência na capital: no Centro, Savassi e Santa Tereza. De 10 a 13 de fevereiro, a ala do projeto “ReciclaBelô!” envolveu mais de 240 catadores, que receberam kits com equipamentos de proteção individual (EPI) e tiveram à disposição água, alimentação, áreas de descanso e acesso exclusivo a banheiros nesses pontos de apoio.
Além do material de trabalho, os catadores receberam, a cada 30kg de material coletado, uma remuneração diária de R$ 150, somada à própria venda dos recicláveis nos dias de festa. Um reforço considerável para quem vive da renda informal, sem vínculo empregatício ou mesmo com cooperativas. “Muitas vezes esses catadores não têm local de trabalho nem moradia, estão na rua e assim se tornam invisíveis. Então o projeto veio trazer uma visibilidade para eles, que na realidade fazem um trabalho essencial nas ruas”, pontua a presidente da Cooperativa Coopesol Leste de BH, Vilma da Silva.
As três centrais fixas de reciclagem, entre as regiões Leste e Centro-Sul, receberam as quase 30 toneladas de materiais com uma estrutura que contou com mesa de triagem, estocagem temporária dos recicláveis, balança para a pesagem dos coletados e espaço de atendimento, com o fornecimento de energia elétrica. Após separado, o material recolhido pelos catadores deverá ser transformado pela indústria da reciclagem.“A gente tentou trazer para eles uma melhor orientação de como trabalhar durante o bloco, na abordagem aos foliões, para também fazerem parte desse processo”, afirma a assessora técnica do “ReciclaBelô!”, Juliana Gonçalves.
Iniciativa de associações de catadores (Coopersoli Barreiro, Coopesol Leste, Asmare e Cataunidos), o projeto de reciclagem foi contemplado pelos promotores de Justiça Ambiental do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio da Plataforma Semente. Ele recebeu recursos na ordem de R$ 592 mil, provenientes de medidas compensatórias ambientais.
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Texto: Lucas Rodrigues
Fotos: Maurício Costa
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