Clube, já extinto, foi importante símbolo de resistência à discriminação racial em meados do século XX.
Com 227 anos desde que foi elevada à vila, em 1798, Paracatu tem em sua história diversas experiências representativas da sociedade brasileira no período. Entre elas, a necessidade de lidar com as questões oriundas da escravidão e da discriminação racial. O projeto "Sociedade Operária Paracatuense - um resgate à sua história" tem como objetivo dar luz a um símbolo do combate ao preconceito na cidade.
Criada em meados do século XX pelo sanfoneiro, compositor e operário Luís Alegria, a "SOP" surgiu como resposta à proibição de negros no clube da elite da sociedade de Paracatu: sua entrada só era permitida para que trabalhassem no local, e não como opção de lazer. Por isso, Alegria decidiu fundar uma entidade no bairro Santana, até hoje reduto de famílias e tradições culturais ligadas a descendentes de negros escravizados nos séculos XVIII e XIX.
A falta de registros documentais de eventos, manifestações e tradições culturais referentes à parcela mais pobre da sociedade é frequente no Brasil, por vezes intencional. E é o caso da Sociedade Operária Paracatuense, pouco conhecida e relatada. A proposta visa produzir um documentário que sirva como referência histórica do movimento.
Isso se alinha à política de Patrimônio Imaterial tanto do IPHAN, a nível nacional, quanto do IEPHA, a nível estadual: desde 2014, o IPHAN iniciou o mapeamento dos clubes sociais negros do Brasil, e o IEPHA conta com solicitações de registro em Minas Gerais. Esse projeto foi contemplado em cumprimento ao Termo de Compromisso disposto nº 0056483-78.2011.8.13.0470.
Sobre o Semente
O Semente conecta o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) à sociedade, em parceria com o CeMAIS, viabilizando iniciativas transformadoras que beneficiam as pessoas e o meio ambiente. Ele é uma alternativa segura, democrática e transparente para que os Promotores de Justiça possam destinar recursos advindos de medidas compensatórias ou indenizatórias a projetos de relevante interesse socioambiental e que proporcionem resultados para toda a sociedade.
No Instagram: @novosemente.
Proponente: Associação dos Observadores dos Direitos Difusos e Coletivos de Minas Gerais - Observatório
Data de Início: 01/07/2025
Município de Execução: Paracatu
Bacia Hidrográfica: Bacia dos Rios Paracatu e Urucuia
Orçamento do Projeto: R$ 421.904,76
Período de Execução: 5 meses
Status: Em andamento
Foto de capa meramente ilustrativa: pátio interno do Museu Histórico de Paracatu. Francisco Luz/Semente
Plano de monitoramento
Endereço
Comercial: Rua Almirante Alexandrino, 63, Gutierrez | Belo Horizonte, Minas Gerais | CEP: 30441-036Contato
31 3370-6601