Nova etapa do projeto pretende seguir na formação de agentes e viveiristas para ações de restauração ambiental e promoção da segurança alimentar em quatro territórios Tikmu'un Maxakali
Depois de dois anos de execução da sua primeira fase, o projeto "Hãmhi - Terra Viva" está pronto para sua segunda etapa, com foco na Proteção Ambiental e Segurança Alimentar do povo Tikmu'un. Com uma população estimada em 2.629 pessoas, os falantes da língua Maxakali vivem em quatro territórios, nas cidades de Bertópolis e Santa Helena de Minas (Terra Indígena Maxakali), Ladainha (Aldeia Verde) e Teófilo Otoni (Aldeia Cachoeirinha e Aldeia-Escola-Floresta), onde enfrentam sérios problemas ambientais e sanitários, sem acesso a água potável e em situação de insegurança alimentar.
Essa região apresenta aquele que é considerado o maior aumento de temperatura média do país, com 5 graus acima dos registros, segundo dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais. Isso ocasionou aumento no número de incêndios nos territórios, e os Tikmu'un enfrentam ainda insegurança alimentar, um alarmante índice de mortalidade e a falta de água potável, entre outras questões.
Em 2023, na primeira etapa do projeto "Hãmhi - Terra Viva", os agentes agroflorestais e viveiristas Tikmu'un receberam equipamentos e assistência técnica continuada. A formação de agentes agroflorestais é uma opção promissora diante da crise climática mundial e é uma alternativa para o futuro do povo Tikmu'un. Foram implementados três viveiros, 98 quintais agroecológicos (60 hectares) e 156 hectares de áreas de restauração. A consolidação desse processo de restauração ambiental no contexto dos territórios Maxakali se dá a médio e longo prazo. Assim, para efetivação dos resultados, é necessária a continuidade do projeto com esta segunda fase.
Os objetivos da nova etapa são de fortalecer o processo de restauração ambiental com a implementação de 80 hectares de áreas de proteção, com 20 hectares de restauração e o manejo e enriquecimento dos plantios; ampliar a produção de alimentos agroecológicos com a implementação de 2,5 hectares de quintais e qualificação dos 60 já implementados, e estimular a produção de mudas e ações de educação ambiental com atividades formativas nos viveiros-escola.
Também serão promovidos intercâmbios entre os Tikmu'un e jovens de comunidades da Mata Atlântica; parcerias entre instituições públicas e da sociedade civil em prol da restauração ambiental; e consolidação da soberania alimentar Tikmu'un. Neste contexto, busca-se ampliar seu acesso às políticas públicas de promoção de segurança e soberania alimentar.
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Sobre o Semente
O Semente conecta o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) à sociedade, em parceria com o CeMAIS, viabilizando iniciativas transformadoras que beneficiam as pessoas e o meio ambiente. Ele é uma alternativa segura, democrática e transparente para que os Promotores de Justiça possam destinar recursos advindos de medidas compensatórias a projetos de relevante interesse socioambiental e que proporcionem resultados para toda a sociedade.
No Instagram: @novosemente.
Proponente: Instituto Opaoká
Data de Início: 01/11/2025
Municípios de Execução: Bertópolis, Ladainha, Santa Helena de Minas, Teófilo Otoni
Bacia Hidrográfica: Bacia dos Rios Jequitinhonha e Mucuri
Orçamento do Projeto: R$ 2.252.600,00
Período de Execução: 12 meses
Status: Em andamento
Fotos: visita técnica durante a primeira etapa do projeto. Lucas Rodrigues/Semente
Plano de monitoramento
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