Ao avaliar possíveis mudanças populacionais das onças e outros mamíferos no Parque Estadual do Rio Doce (PERD) após o derramamento de rejeitos de minério, instituto proponente busca intensificar esse monitoramento, especialmente na região sul do PERD
Os tamanhos das populações de onças flutuam com o tempo, possivelmente em decorrência das pressões antrópicas de caça e em resposta a eventos de predação de gado no entorno do Parque Estadual do Rio Doce (PERD). Ao dar continuidade à primeira fase do “Onças do Rio Doce”, a presente proposta deverá investigar se as populações de onças-pintadas, pardas e outros mamíferos de médio e grande porte têm sofrido alterações em seus tamanhos e quais as possíveis causas dessas mudanças no PERD.
Em busca de promover a conservação dos carnívoros silvestres do Parque, principalmente a onça-pintada (Panthera onca), o Projeto estimou o tamanho populacional das onças e outros mamíferos entre 2016 e 2017, com o apoio do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Já entre 2022 e 2023, foram avaliadas as possíveis mudanças populacionais relacionadas ao derramamento de rejeitos de minério no Rio Doce sobre esses mamíferos. Nesta fase 2, a ideia é intensificar esse monitoramento, especialmente na região sul do PERD, onde há maior uso desses animais e mais estradas não pavimentadas.
Além disso, propõe-se preparar e dar suporte aos funcionários do Parque no atendimento aos casos de predação de gado por onças. Com o aumento temporário de pintadas nos últimos anos – em 2016/17 eram cerca de três indivíduos adultos e em 2022/23 nove adultos e três filhotes –, está sendo repassado à direção do PERD um maior número de relatos de predação no seu entorno. Os resultados de tal estudo, juntamente a outras ações propostas, serão utilizados para conscientizar a população local e regional sobre os carnívoros silvestres, suas presas e principais ameaças, auxiliando na gestão do Parque e na proposição de políticas públicas.
Por fim, essa proposta visa trabalhar com dados coletados na Fase I do Projeto (2022 e 2023), mas que ainda serão analisados. São informações relevantes para melhor entendimento do efeito do derramamento dos rejeitos de mineração sobre a fauna de mamíferos de médio e grande porte no PERD, além dos principais distúrbios que apresentem riscos à manutenção dessa fauna. Esse projeto foi contemplado em cumprimento das cláusulas 7 e 7.2 do Termo de Compromisso celebrado nos autos da Ação Civil Pública nº 500184079.2022.8.13.0024.
Clique AQUI e confira o registro via armadilha fotográfica, feito no ano passado, da Kris – a primeira fêmea capturada e monitorada no “Onças do Rio Doce”, em 2015. Pelo registro, ela segue desbravando os quase 36 mil hectares do PERD, maior remanescente de Mata Atlântica em Minas Gerais.
Semente
A Plataforma Semente é uma iniciativa do Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente (CAOMA) do MPMG, em parceria com o CeMAIS, para recebimento de projetos socioambientais de instituições do terceiro setor. Para tanto, utiliza-se uma plataforma virtual com amplo acesso em todo o Estado. No Instagram, siga @novosemente.
Proponente: Instituto Prístino
Data de Início: 15 de julho de 2024
Municípios de Execução: Bom Jesus do Galho, Ipatinga, Marliéria, Dionísio, Córrego Novo, Pingo d’Água, Raul Soares, Timóteo
Orçamento do Projeto: R$ 386.000,00
Período de Execução: 24 meses
Status: Em andamento
Foto Capa: Adriano Gambarini
Relatório da equipe técnica para acompanhamento do projeto, em 08/08/2024.
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