Restauração do imóvel foi contemplada na 3ª fase do programa “Minas para Sempre”, por meio do Semente, iniciativa do MPMG na recuperação do patrimônio cultural do estado
O jongo faz parte daquelas tradições transmitidas boca a boca, a cada geração, que ajudam a explicar a história da sua gente. É assim em Bias Fortes, na Zona da Mata mineira. A manifestação, declarada Patrimônio Cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) desde 2005, tem agora um novo espaço de permanência para manter vivo seu legado: o projeto "Cultura e Educação de Mãos Dadas" entregou nessa quinta-feira (7/8) o antigo casarão do Grupo Escolar Cardeal Dom Carlos Mota, também histórico para a cidade, restaurado como centro de referência ao Grupo Folclórico Jongo Caxambu e à comunidade.
A restauração do imóvel integra a 3ª fase do programa Minas para Sempre, iniciativa do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) em parceria com o Governo de Minas, para preservar o patrimônio do estado. A proposta em Bias Fortes foi selecionada por meio da Plataforma Semente e recebeu recursos de medidas compensatórias socioambientais. Tombado pelo município, o prédio será utilizado para a promoção do jongo, manifestação cultural que combina dança, música e cantos, bem como para acolher grupos de congada e maculelê da região.
A ideia é garantir, portanto, que tais manifestações tenham registro e possam ser repassadas. "Patrimônio é aquilo que a gente transmite às próximas gerações, que representa nossa história. Para nós, do MPMG, é uma alegria ver as pessoas reunidas para receber, com tanto carinho, essa obra tão bem executada", destacou o promotor de justiça e coordenador estadual das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural (CPPC), Marcelo Maffra.
O evento foi marcado por apresentações culturais. Com o Mestre Renê à frente, os grupos de jongo, maculelê e congada desceram a rua de acesso ao imóvel histórico com seus instrumentos, imagens e cantos, acompanhados de perto por moradores que viam tudo das janelas e das calçadas. "Esse conto que a gente canta por aqui afora é como se fosse um dom. Muitas vezes, ele não vem aqui da terra, mas lá de cima, como um dom. Isso que é o jongo: é alegria, e em qualquer festa que for chamado, ele aquece a pessoa", disse o mestre.
Após descerrada a placa de reinauguração do prédio, o Grupo Jongo Caxambu realizou mais uma apresentação cultural, desta vez nos fundos da escola, com a Mata Atlântica como paisagem natural e com a certeza de que as tradições de Bias Fortes seguirão vivas adiante.
Semente
O Semente conecta o MPMG à sociedade, em parceria com o CeMAIS, viabilizando iniciativas transformadoras que beneficiam as pessoas e o meio ambiente. Ele é uma alternativa segura, democrática e transparente para que os Promotores de Justiça possam destinar recursos advindos de medidas compensatórias a projetos de relevante interesse socioambiental e que proporcionem resultados para toda a sociedade.
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