Primeira entrega do Programa Minas Para Sempre em 2025, espaço vai servir como centro de referência cultural para grupos de Congado em Vargem de Santana, povoado do município mineiro
O patrimônio cultural e histórico de Minas Gerais viveu um momento de destaque nesta semana, com a entrega da Casinha Velha à comunidade de Vargem de Santana, em Belo Vale. Depois de pouco mais de um ano de obras, o projeto "Restauração da Casinha Velha", contemplado via Semente, contou com a entrega do bem nessa quinta-feira (20/02), representando a primeira conclusão de proposta do Programa Minas Para Sempre em 2025.
Construída no final do século XIX e associada à antiga rota comercial do Vale do Paraopeba, a Casinha Velha foi restaurada de forma minuciosa pelo Instituto Joaquim Artes e Ofícios, com recursos advindos de medidas compensatórias ambientais destinadas pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). A proposta para recuperar o espaço contou com orçamento aproximado de R$ 1.270.000,00. E a casa, a partir de agora, passa a servir como centro de referência cultural ao povoado de Vargem de Santana e ao município de Belo Vale, especialmente aos grupos de Congado da região.
O evento que marcou a entrega à comunidade contou com as duas Guardas de Moçambique que representam o Congado na cidade: a Associação do Congado Nossa Senhora do Rosário de Vargem de Santana e a Associação de Guarda de Moçambique Nossa Senhora do Rosário de Belo Vale. Os grupos começaram a se apresentar no final da tarde, sob o pôr do sol, levando a música tradicional e a fé à Capela de Nossa Senhora da Conceição de Vargem de Santana, logo à frente da Casinha.
A capela foi o palco do evento solene que marcou a entrega do projeto, com a presença de autoridades como o prefeito José Lapa dos Santos, a secretária municipal de Cultura, Grasiele Regina Ribeiro, o Promotor de Justiça da Comarca de Belo Vale, Mateus Beghini, além da coordenadora do Semente, Anna Beatriz Otoni, e do diretor-presidente do Joaquim Artes e Ofícios, José Theobaldo Júnior, entre outras.
Anna Beatriz Otoni destacou a importância cultural do espaço e a relevância do Congado para o patrimônio cultural: "Como mulher preta, neta de congadeiro, ver este povo falando me deixa muito emocionada por estar aqui, exercendo um trabalho tão bonito e relevante na manutenção da cultura, do nosso patrimônio material e imaterial". Já o promotor de justiça Mateus Beghini abordou a relação entre a comunidade e locais específicos como a Casinha Velha. "O nome pode ser 'casinha', mas é um mundo para a comunidade. E é muito bom ter a oportunidade de conhecer este mundo de vocês", pontuou.
Atualmente na 3ª fase, o Programa Minas Para Sempre já contemplou 36 equipamentos públicos em 25 municípios de Minas Gerais, com a destinação de mais de R$ 53 milhões de medidas compensatórias ambientais para atividades de restauro e preservação do patrimônio cultural no Estado. O programa é viabilizado por meio do Semente, o núcleo de incentivo a projetos socioambientais do MPMG.
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Texto e fotos: Francisco Luz/Semente
Edição: Lucas Rodrigues/Semente
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